quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Carta ao Senador Sarney



Este texto estava em ensaio há alguns dias, mas ainda é oportuno. Escrevi com a intenção de mandar ao ilustre Senador e ainda não sei se mando. O que você acha? Mando ou não mando?


Prezado Senador,


estendo-lhe meus cumprimentos pela conquista no Senado que culminou no arquivamento de todas as denúncias que eram objeto de investigação contra Vossa Excelência na casa. De fato, devo admitir que o senhor realmente possui inúmeros amigos. Amigos estes que prefiro denominar "comparsas". Ao contrário do que se imagina, essa vitória não foi uma demonstração de força de Vossa Excelência, mas sim de covardia de seus comparsas.

Há muito percebo que o parlamento brasileiro brinca com o povo e decide questões importantes da forma que sejam menos gravosas a seus mandatos, o que confere um tom de pessoalidade a essas decisões, quando, na verdade, as decisões deveriam representar a vontade polular e não a conveniência pessoal de seus "apoiadores". Esse apoio possui diversas vertentes. Uns apóiam porque apóiam o comportamento improbo de Vossa Excelência. Outros apóiam, porque o partido a que pertencem determina que apóiem. Existem também os que apóiam por medo de serem delatados ou denunciados por irregularidades semelhantes. Ah, não podemos esquecer que há aqueles que apóiam porque usam sua bunda mole para ocupar o assento do parlemento, quando comparecem às reuniões da respectiva casa legislativa.

É possível inferir que os parlamentares já não ligam para tomar decisões impopulares. A indecisão deles dever ser: "Apoiar um Senador cheio de acusações consistentes ou defender o interesse da população?". A conclusão é rápida e a resposta está estampada na mídia. Preferem apoiar Vossa Excelência a se submeterem ao risco de ter de se defender de prováveis acusações que Vossa Excelência poderia lhes imputar. É a velha história: "Quem tem telhado de vidro, não taca pedra no telhado dos outros". E o telhado de Vossa Excelência é de vidro, mas não é blindex, é blindado.
Os nossos parlamentares já se acostumaram a peitar a opinião pública, mas quando o povo resolver peitar a decisão dos parlamentares a coisa vai ficar feia. Por falar em feio, não foi nada bonito o episódio do Rodrigo Cruz. O que o senhor tem a dizer sobre isso? Não diga nada, porque o que disser pode complicar mais.

O Senhor não é uma pessoa comum como diria o Presidente Lula. Realmente, possui uma galera com rabo preso com o Vossa Excelência, não é? Pode falar, afinal, não dá em nada mesmo. Se de tudo o que já se tem conhecimento, nada aconteceu, não vai ser mais um fato absurdo que lhe renderá a perda do cargo.

Pouco me importa se Vossa Excelência, aliás, Vossa Excelência...não senhor, é Você mesmo... Você não merece o pronome de tratamento especial. Seu cargo merece, mas você não. Mas como ia dizendo, pouco me importa se Você já foi Presidente e que, por esta razão, deveria receber tratamento diferenciado. Você não pensou nisso quando resolveu praticar os atos secretos que agora são mais públicos que as notícias dos artistas globais na CARAS. Se tivesse se dado ao respeito, poderia exigir algo de nós cidadãos, nas não tem mais moral para isso. Me desculpe a franqueza, mas provém de um sentimento que não aguenta mais assistir tudo o que vem acontecendo de errado e nada acontecer em contraposição à vergonha senatorial.

Eu poderia fazer como o Lulinha, dizer que não tenho nada com isso, pois eu voto em Minas Gerais e não elegi Você. Porém, sou brasileiro e você tem abusado da paciência e inteligência de todo o povo brasileiro.
Assim, digo-lhe que estou vendo tudo e não estou agradando. Fica aqui meu repúdio ao seu comportamento político. Sugiro que crie o programa dos Senatubbies, semelhante ao dos Teletubbies. Aproveite e utilize a famigerada frase deles: - "É hora de dar tchau!!!".


Abraço,

Maquiavel.

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